Você deixaria o Facebook acessar e armazenar suas memórias?
“Imagine seu dispositivo de Realidade Virtual exibindo exatamente como segurar as baquetas em uma aula de bateria, guiando você por uma receita, ajudando a encontrar suas chaves perdidas ou relembrando memórias como hologramas que ganham vida em sua frente.” O Facebook já está desenvolvendo essa tecnologia para armazenar memórias. A você, cabe ir pensando se autoriza uma das maiores e mais questionáveis empresas do mundo a acessar, analisar e armazenar todas as suas memórias.
EGO4D é projeto da Meta para armazenar memórias
O nome do projeto é Ego4D. Falamos sobre ele no Instagram da VOZ, onde você pode ver um vídeo de como seria. Funciona assim: a ferramenta analisa a vida cotidiana a partir de vídeos em primeira pessoa, registrando o que as pessoas veem, fazem e ouvem.
Atualmente, as Inteligências Artificiais são treinadas a partir de fotos e vídeos, ou seja, aprendem como terceira pessoa. Agora, o que a Meta quer é desenvolver uma IA que consiga armazenar memórias e entenda o mundo a partir de uma perspectiva em primeira pessoa. Ao fim, ela se tornaria capaz de “desbloquear uma nova era de experiências imersivas”.
Não é (pelo menos até onde está declarado pela corporação) uma ação de vigilância. As pessoas monitoradas para a captação desses vídeos são selecionadas para a pesquisa. Mas não significa que não seja motivo de preocupação: é sedutor imaginar o uso cotidiano de um dispositivo que te ajude a assistir suas próprias memórias ou te apresente uma receita enquanto você cozinha. Então quantos de nós resistirão a entregar tudo de si em troca disso, mesmo sabendo que, nesse cenário, a empresa saberia mais a nosso respeito do que nós mesmos?
Qual o nível de poder que essa tecnologia estrearia e em favor de que ele seria exercido?
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